Thursday, December 29, 2011

Bom Ano Novo

A Associação de Moradores da Quinta da Luz deseja a todos os moradores e parceiros um Bem Aventurado ano de 2012 cultivado de esperança, inspiração e garra cívicas.

“Largo dos cafés” requalificado: O Caminho Cívico para a Obra

Após um longo e combativo percurso a Associação de Moradores da Quinta da Luz congratula-se de ter sido feito obra no “Largo dos Cafés” da Rua Ana de Castro Osório.
Conforme é sabido, ao longo dos anos, a AMQL - a par de outras entidades - recebeu inúmeras queixas de moradores indignados com o piso fortemente acidentado do “Largo dos Cafés”, que perturbava a circulação pedonal causando frequentemente a queda de moradores e transeuntes - idosos, crianças e não só. Enquanto membro da direcção da AMQL, há muito debruçado sobre esta questão, recordo-me de ter fotografado traumatismos, hematomas e ferimentos a pedido dos próprios moradores que caíram desamparados no largo e, igualmente a seu pedido, tê-los documentado em ofícios e apresentado à J.F. e aos vereadores da CML numa visita que guiei in situ.
De modo a compreender a dimensão local do problema, a AMQL procedeu à consulta de administradores dos edifícios, fez questão de solicitar os seus pareceres, constatou a existência de abaixo-assinados e debateu o assunto nas suas reuniões mensais e em Assembleias de Moradores. De facto, apesar de o problema ser consensual a sua solução não era. Várias notícias foram sendo redigidas e publicadas no blog e nos boletins informativos realizados pela Associação de modo a divulgar a questão e estimular o debate. Tais iniciativas confirmaram a gravidade da situação vivida.
Neste sentido, ao longo dos anos, a AMQL construiu e formalizou diversas candidaturas ao Orçamento Participativo da CML de modo a, não apenas viabilizar uma solução mas igualmente dar visibilidade ao problema. Simultaneamente, a Associação realizou várias intervenções em Assembleias de Câmara, em Assembleias de Freguesia, reuniões comunitárias (e em vários outros canais técnicos e políticos) transmitindo e vincando a indignação dos moradores e alertando para uma resposta válida em termos técnicos e o mais consensual possível em termos locais. Perante o evidente clamor, em Dezembro de 2010, a Junta de Freguesia que tinha o problema sinalizado “reagendou-o”. A Câmara Municipal deu a sua resposta e o largo foi renovado.
Não há soluções perfeitas mas também não há caminhos fáceis para quem genuinamente veste a camisola da cidadania, e muitos constrangimentos estão por relatar (intimidações e calúnias inenarráveis, insuficiência de informação institucional, etc.). No entanto, olhar para trás com serenidade e explicar e enaltecer o caminho cívico percorrido é fundamental na época em que vivemos. Assim, importa reter que não foram apenas “outros” que fizeram por nós. Nós, moradores, fomos um agente crucial que com estratégia e esforço activámos uma corrente de cidadania apoiada em trabalho, auscultação, debate, divulgação e representação alcançando vários canais e escalas institucionais. As entidades administrativas que em democracia nos representam reconheceram o problema, avaliaram tecnicamente a situação e executaram a solução.
Com efeito, em nome do interesse público - com o esforço e os recursos possíveis - a AMQL abriu um caminho cívico no qual as inúmeras vozes locais, isoladas e dispersas se reencontraram, se reconheceram e se reforçaram. Idealizámos juntos um bairro acessível para todos e na caminhada fomos a mudança.